Um Olhar Crônico Esportivo

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quinta-feira, agosto 10, 2006

Foi só o primeiro jogo

Recém-cheguei do estádio.

Uma noite deliciosa, apesar do placar, apesar do moleque xingando o Muricy o tempo todo.

Aproveito para escrever sem ler comentários, sem assistir a tapes.

Tomei mel com própolis pra ver se minha garganta melhora ou não fica pior do que está, e janto uma maçã. Hoje, excepcionalmente, abri mão do super-sanduíche de pernil na saída. Talvez, porque excepcionalmente, o São Paulo perdeu.

Um jogo atípico, uma derrota atípica.

O time enervou-se logo de saída com a marcação forte do Internacional na saída de bola e com um lance que preciso ver pela tevê – na verdade o único que quero ver: o Mineiro, nosso ponto de equilíbrio ao lado de Josué, foi atingido com menos de 5 minutos de jogo e sentiu a pancada. Parecia que seria substituído e ficou em campo, mancando, por pelo menos mais dez minutos após o atendimento médico. Aos dez minutos, Josué foi expulso por um lance que eu não vi, e disseram ter sido uma cotovelada sem bola. Coisa estranha, pois ele não faz, nunca fez nada parecido no São Paulo.

Esses dois lances marcaram o início do jogo. Com um jogador a mais, parecia que o Inter tomaria conta da partida e sofreríamos uma goleada. Mas não, o que vimos foi um São Paulo aplicado, um Inter confuso e duas claras chances de gol para o São Paulo, defendidas por Clemer.

Mas o coração batia mais forte a cada retomada de bola pelos gaúchos, pois o buraco no meio-campo criado pela ausência de Josué era grande, enorme, um vazio preocupante, que permitia o toque de bola e a armação de jogadas do Internacional. Apesar disso, Rogério Ceni não foi ameaçado de fato.

Pouco antes do final do primeiro tempo, uma explosão de alegria: o volante Fabinho foi expulso e os dois times ficaram com 10 em campo.

Veio o intervalo e, com ele, esperava eu e muitos outros, alguma mudança no São Paulo. Muricy, todavia, optou por voltar com o mesmo time e, sem corrigir efetivamente o buraco no meio, partiu para o ataque. Aos dez e aos dezessete ou dezoito minutos, dois gols do Inter, gols que, normalmente, o São Paulo não tomaria. Mas tomou, pois a defesa ficou desguarnecida.

Por isso quis escrever isso com a minha cabeça, sem informações da mídia: com dez jogadores, não se justifica manter um terceiro zagueiro. A defesa, ao invés de segura, fica mais exposta, pois não há um combate eficaz pela bola no meio-campo. Creio que no intervalo, Muricy deveria ter trocado um zagueiro por um volante, recompondo o meio e aumentando a proteção à defesa pela simples presença de um jogador na região do buraco. Não sei se isso foi tão perceptível pela tevê, mas no campo era muito clara essa falha na disposição do São Paulo.

Foi por ali que Tinga reinou, ajudado por Fernandão. Os dois municiaram Rafael Sobis, o nome do jogo com dois gols. E um terceiro perdido.

Perdido por dois, perdido por dez, Muricy foi para o ataque e trocou um zagueiro, o jovem Edcarlos, por Aloísio. Edcarlos tinha acabado de fazer o gol do São Paulo, em bela cabeçada. Aloísio entrou muito tarde. Antes disso, Danilo foi substituído, sob vaias, por Lenílson. Em todo o jogo, não houve uma única falta na entrada da área do Internacional para a batida de Rogério. Perto do final, Leandro, outro que sofreu uma pancada forte de zagueiro do Inter e sentiu, foi substituído por Richarlyson.

Abel tirou um volante e colocou um terceiro zagueiro, ficando com o time todo atrás, saindo em contra-ataques. Correu o risco de sofrer um empate, pois o nome do jogo, fora Sobis, acabou sendo o goleiro Clemer. E não soube aproveitar a vantagem de um jogador durante quase todo o primeiro tempo. Mesmo assim, um dos contra-ataques quase resulta em mais um gol de Rafael Sobis.

Enfim, um jogo anormal. Ou atípico, fica a gosto do leitor. Não gosto de criticar técnico, pois entendo menos de futebol que eles, mas hoje tanto Abel como Muricy erraram. Um deixou de garantir o título. O outro, permitiu ao adversário uma vitória fora dos planos.

Pela frente, mais 90 minutos de futebol em Porto Alegre. Tudo pode acontecer, claro, mas eu ainda acredito numa boa vitória.

O gol de Edcarlos nos dá essa esperança.

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2 Comments:

  • At 2:17 AM, Anonymous Anônimo said…

    Parabéns aos colorados pela conquista da Libertadores.
    Iara, eu fui o primeiro.
    Caro Emerson, ninguém tira o título de campeão brasileiro deste ano do São Paulo. Nem o Inter.

     
  • At 7:01 AM, Anonymous Anônimo said…

    O Mineiro levou um pisão, sim, e ficou mancando por uns 10/15 min.o tal do Edinho merecia cartão aí.
    Josué expulso. espinha dorsal do time quebrada e Muricy não faz nada! Danilo...ah, deixa prá lá...
    Dificílimo...mas, futebol é isso e eu ainda acredito!

     

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