Um Olhar Crônico Esportivo

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quarta-feira, setembro 06, 2006

Diáspora no mundo da bola continua


Aproximadamente 500 jogadores (25 em cada um dos 20 clubes participantes) começaram, em abril, a disputar o Campeonato Brasileiro de 2006.

Terminada a janela de transferências de agosto, 39 jogadores tinham se transferido para times da Europa e Ásia, algo como 8% do total. Um número até baixo, devido ao fracasso do Brasil na Copa, principalmente. Com preços confirmados, temos 26 jogadores, com um total de 71 milhões de euros, um valor baixíssimo, considerando a qualidade de alguns desses jogadores. Sobre outros 13 não há informações ou elas são desencontradas. Isso inclui Carlitos Tevez e Javier Mascherano, transferidos (?) para o West Ham.

Com certeza, não tivesse tido o Brasil a participação fraca e decepcionante que teve, esse número seria maior e ultrapassaria a marca de 10%. Um percentural preocupante, agravado pela qualificação dos jogadores que vão embora, geralmente entre os melhores em cada posição.

Não sou contra a transferência, pelo contrário, enxergo-a com bons olhos por motivos vários. O principal deles é que os jogadores partem para ganhar bem mais do que ganham no Brasil, e isso é importante para eles, vindos de famílias muito pobres em sua maioria, pelas quais são responsáveis.

Não me agradam medidas jurídicas ou administrativas de nenhum tipo visando a permanência desses jogadores por mais tempo entre nós. Esses mecanismos, além de não surtirem efeitos práticos, são atentatórios aos direitos básicos de todo ser humano. E não acredito em jogador continuar num clube ao qual está ligado por um contrato, sendo pretendido por outro que pagar-lhe-ia bem mais. Na prática, tal coisa não existe, a menos que as compensações sejam muito atraentes.

Então, que fazer diante disso? Como evitar que exatamente na metade do mais importante campeonato do país, dez por cento de seus participantes vão embora?

Só enxergo uma solução: a unificação dos calendários. No caso, dado o peso maior do futebol europeu, a adequação do calendário brasileiro ao do Velho Mundo. E, ao mesmo tempo, uma redução ou até a extinção da janela de janeiro. Dessa forma os times brasileiros poderiam começar e terminar o Campeonato Brasileiro e a Libertadores da América com o mesmo plantel com que iniciou. Mesmo a janela de inverno não chega a ser tão destruidora como a de verão, daria para conviver com ela sem grandes dramas.

Imaginava-se que a CBF aproveitaria 2006, um ano quebrado pela Copa do Mundo, para adequar o calendário, mas não, ficou tudo como dantes no quartel de Abrantes. E o calendário de 2007 já foi divulgado, com algumas mudanças para pior, muito pior. O futebol brasileiro continuará convivendo com a inexistência de pré-temporada digna do nome, os grandes times continuarão fora do circuito internacional, pois não há datas para que possam disputar os torneios do verão europeu e asiático. E, pior, os times continuarão sendo privados de seus melhores jogadores no auge da temporada.

Muito lamentável.

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8 Comments:

  • At 6:09 PM, Anonymous Anônimo said…

    Lembro ao amigo que Sepp Blatter continua esperando, sentado, que a CBF adapte uniformize o seu calendário.

    Com RT no comando, tudo é muito melancolico.

     
  • At 12:53 AM, Anonymous Anônimo said…

    Amigo como fechar a janela de janeiro se ela e oficial da FIfa ,ou nao é? Fico imaginando jogos do Brasileirão em janeiro,principalmente no nordeste as 16 hs com horario de verão..acho preocupante clinicamente falando...

     
  • At 1:10 AM, Blogger Emerson said…

    Ambrosio, já se joga no Nordeste em pleno janeiro às 16:00.
    Nesse ano, por exemplo, só um ou dois jogos - os da tevê aberta ao vivo - eram realizados às 16:00. Os demais a partir das 17:00 ou 18:10.

    Sem unificar o calendário teremos mais e mais problemas.

     
  • At 1:46 AM, Blogger Chico da Kombi said…

    :
    A novela tem que ser no horário dos jogos e os jogos no horário da novela.
    Aos domingos, bota os jogos às 17:00 e o Faustão às 23:30.

     
  • At 10:56 AM, Blogger Emerson said…

    Hummmmmmm...

    Não é má idéia, não. Melhor que acabar com o programa dele, coitado. ehehehehehehehehe


    De todas as mudanças, essa, acreditem, é a menos difícil, embora a Globo não goste de mexer em sua grade de programação.

     
  • At 12:05 PM, Blogger Emerson said…

    A janela de inverno não é tão daninha como a de verão, no início da temporada. Em janeiro os clubes estão bem no meio da dita cuja e não gostam de mexer no grupo.

    Dá pra sobreviver a essa.

     
  • At 2:46 PM, Anonymous Anônimo said…

    Quando o Faustao apresenrtvca o perdidos na NOite na band, o cara era bom pra cacete, mas foi se meter na globo e ficou engessado..engessado com 2 milhoes mensais nao e bem o termo...hheheheheheh.muda-se presidente da republica,mas nao se tira as novelas de seus horarios, a naoser por adequação de horario politico, censura livre , pelo esporte nunca...

     
  • At 1:06 AM, Anonymous Anônimo said…

    Mexe-se muito pouco no mercado de inverno.
    Aqui, por exemplo, o estrago é pouco.

    Investimentos fortes só no verao mesmo.

    O inverno é feito mais para ajustes. Cede-se, principalmente, jogadores fora dos planos para outras equipes.

     

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