Um Olhar Crônico Esportivo

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segunda-feira, novembro 27, 2006

999 / 370 = 2,7

A penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de 2006 teve um total de 29 gols. Com isso, o campeonato encostou na marca de 1.000 gols, que será ultrapassada na última rodada. Estou certo que haverá meia dúzia de espíritos-de-porco torcendo para que os 10 jogos terminem em 0x0. Pensando bem, seria interessante e entraríamos no Guiness novamente, repetindo o feito de Rogério Ceni que adentrou o famoso book graças ao número de gols marcados – ontem, no jogo que marcou a entrega da taça de campeão para o São Paulo, ele marcou seu 68º gol, o quinto, por sinal, contra o time do Cruzeiro.

É uma média baixa? É razoável? É boa?

Eu diria, a uma rodada do final, que é uma média razoável, que pode, mesmo, ser chamada de boa. Entendo que 2006 foi um ano um tanto atípico em nosso futebol. Times que sempre tiveram bons e até ótimos ataques, passaram essa temporada em verdadeiros buracos negros, como os casos de Corinthians, Fluminense e São Caetano, que acabou sendo rebaixado. Dos três, foi do Fluminense o melhor ataque: 47 gols, contra 36 das outras duas equipes.

Outros tradicionais bons ataques ficaram devendo, a começar pelo atual 2º colocado e provável vice-campeão, o Internacional, com apenas 51 gols assinalados. Outro time de boa artilharia, o Cruzeiro, fez apenas 49 gols e o Flamengo está parado em 40 gols.

Se esses times tivessem se comportado dentro do padrão que apresentaram nos últimos campeonatos, essa média de 2,7 seria um pouco maior, chegando perto da excelente marca de três gols por partida.

E os artilheiros?

Souza, do Goiás, continua liderando, agora, finalmente, com 17 gols e a baixa média de 0,46 gol por partida. Menos de meio gol. Depois dele vem o time do Figueirense, ou parte do time, melhor dizendo: Schwenck, com 14 gols, e Cícero e Soares com 13 gols cada.

Souza marcou pouco, se comparado a artilheiros de anos anteriores, mas serviu bastante e desempenhou bem uma função tática que, se ajuda o time, sacrifica o artilheiro, fazendo um pivô para quem vem de trás. Não tivemos nesse BR um jogador de destaque, aquele que recebe todas as bolas e marca um monte de gols, deixando a torcida satisfeita com o artilheiro, mas, muitas vezes, descontente com o time. Parece-me mais saudável que muitos marquem e a equipe se destaque, do que o contrário.

Nesse ponto, o campeão tem uma marca interessante: Lenilson e Rogério, seus artilheiros na competição têm apenas 8 gols cada um. Um é goleiro e o outro é meia. A rigor, dos titulares e principais reservas, apenas o goleiro Bosco não marcou. Ao lado do goleiro, os zagueiros responderam por quase 40% dos gols da equipe. E, detalhe dos novos tempos, um terço desses gols nasceu de jogadas de bola parada. O São Paulo foi, também, o time que mais gols marcou com a cabeça: 19. Depois dele veio o Cruzeiro, com 12.

999 gols é um número bonito, apesar de tudo. Como 1.000 ou 1.001.


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