Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

<

segunda-feira, novembro 13, 2006

Un gran vintage?


Quem gosta de vinho sabe que há certos anos em que tudo dá certo: chove a quantidade certa nas épocas certas; o sol aparece brilhante quando deve e quando as videiras precisam; o calor e o frio chegam nas horas corretas, nas intensidades certas; na terra, os teores de minerais diversos estão como se deve e a colheita se processa sem problemas, sem incidentes. Passados meses ou anos, o resultado aparece na forma de vinhos memoráveis, que fazem bem à alma, muito mais que ao simples paladar. São os anos de grandes safras, os gran vintage, que a gente lambe com a testa e saboreia com os olhos nas lojas de bebidas.

Voltando ao futebol nosso de cada dia, talvez não seja o caso de se chamar de um gran vintage, mas esse ano de 2006, sem dúvida, nos apresenta uma safra muito boa, que poderá ser chamada de excepcional daqui alguns anos...

Uma safra de goleiros.

Escrevendo sem pesquisar, só de memória, pudemos ver em ação:

- Diego Cavalieri, no Palmeiras; entrou no time na ausência de Marcos e Sérgio e jogou de forma magnífica, ao ponto de já ser chamado de “São Diego”; mais um grande produto da melhor escola de goleiros do Brasil, a Academia palestrina;

- Renan, do Internacional; substituiu Clemer, contundido, e nessa reta final do BR completou 8 jogos sem sofrer gols; um marco, sem dúvida;

- Felipe, do Santos, garoto de tudo, ainda, entrou numa fogueira terrível no lugar do tresloucado (às vezes) Fábio Costa, num momento em que o “azarado” Roger estava machucado e, mesmo garoto, tomou conta do gol praiano sem problemas; grande futuro à frente;

- Marcelo, do Corinthians: em meio à crise com a parceria, astros que abandonam o time, discussões públicas entre jogador e treinador, greve de silêncio com a imprensa, e mesmo com a desconfiança da direção e a chegada de dois goleiros para serem titulares e as promessas de novas contratações para a posição, continua jogando muito bem, aparando os erros de uma defesa que não se acerta, garantindo pontos preciosos para o time;

- Bruno, do Flamengo, emprestado pela parceira do Corinthians até o final desse ano; deixou o Corinthians em busca de espaço e encontrou-o no Flamengo; seguro, com boa reposição de bola e até batedor de faltas nos treinamentos.

Além desses teríamos, ainda, os novos goleiros do Grêmio e do Atlético Paranaense, Marcelo e Cleber, aparecendo muito bem. Nada menos que sete novos e jovens goleiros num universo de vinte clubes. Um número espantoso para uma posição onde a permanência é a tônica e a renovação se processa em ritmo mais lento que nas outras, assim como a saída do país para o exterior. E, por falar em exterior, não deixa de ser sintomática uma declaração do goleiro Gomes, da seleção brasileira e do Ájax, dizendo que Diego e Bruno já despertam atenção entre times europeus, onde já jogam, além dele, Helton, Julio César, Doni e Dida, todos em times de primeira linha.

Uma bela safra, sem dúvida.

Agora, como no caso dos grandes vinhos, é esperar para ver como será sua maturação. Mas tudo indica, desde já, que poderemos ter um ou dois memoráveis.

.

Marcadores:

1 Comments:

  • At 5:00 PM, Anonymous Anônimo said…

    Prezado Emerson,
    No Galo está pintando também o Diego, que conforme já falei lá no JA sempre deixou o Bruno no banco nas divisões de base.
    O Bruno só foi lançado porque quando houve o problema com o Danrlei ano passado o Diego estava na seleção sub-20 onde era reserva do Renan do Inter.
    Ele tem uma reposição melhor que a do Bruno e sai do gol muito melhor.
    Dele também você ainda vai ouvir falar muito e pelo que vi, sem fanatismo, ele está um step acima do Felipe e do Marcelo e no mesmo nível do Bruno e do Cavlieiri.
    Forte abraço,
    Cristiano MG

     

Postar um comentário

<< Home