Um Olhar Crônico Esportivo

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terça-feira, agosto 28, 2007

Brasilianas de final de agosto


Parece que nem tudo está perdido nessa Terra de Vera Cruz.

O ex-primeiro-ministro Zé Dirceu e seus 39 companheiros de Mensalão, serão julgados pelo STF.

Muito bom.


No mundo do futebol, todavia...

Roger e Vampeta foram julgados hoje e ambos pegaram um jogo de suspensão cada um. O crime? Simulação.

É, nada como um tribunal duro, inflexível, não é mesmo?


Amanhã serão julgados Túlio e Luciano Almeida. Ambos estarão ausentes, defendendo seu time contra o time de... Roger.

Ah, essas coincidências.

O interessante nisso tudo é que os dois foram denunciados por suas atuações num jogo que ocorreu sete e oito dias antes dos jogos de Roger e Vampeta.

É...

Um dos auditores do tribunal disse em off que achou estranho esse fato e que em casos que chamam muito a atenção como os de Luciano Almeida e Túlio, o normal é o tribunal julgar com rapidez para evitar maiores polêmicas. Apesar disso, o relator do processo atrasou demais o encaminhamento.


Definitivamente, abriu-se uma ensandecida temporada de caça aos árbitros no Brasil. Não há tolerância e muito menos compreensão do que ocorre num gramado. Todos exigem, no mínimo, a perfeição, melhor ainda se a favor de seu próprio time.

Atribuo o excesso de erros de arbitragem a uma vontade exagerada em apitar “certo” por parte dos árbitros e auxiliares, uma tentativa de evitar o massacre que se sucede após cada rodada do BR. O pessoal entra pressionado em campo e acaba não marcando com naturalidade.

O cúmulo desse processo foi atingido no episódio “Ana Paula”, punida por duas marcações polêmicas. Uma, com certeza, não foi um erro e sim um acerto. Já a outra foi um erro, conforme atestaram as ilhas de edições, com suas imagens em slow motion e também congeladas quando necessário, além de mil vezes repetida.

Ora, em casos assim nenhuma marcação pode ser considerada como errada.



Leia em voz alta, sem pausa entre uma linha e outra:


Um Mississipi...

Dois Mississipi...

Três Mississipi...

Quatro Mississipi...

Cinco Mississipi...


Leu? Ótimo!

Agora leia essa linha:


Um Mississipi...


Pronto, vamos à explicação. A leitura das cinco linhas iniciais consumiu 5 segundos de sua vida. Cinco longos e tenebrosos segundos.

Já a leitura da linha única consumiu um único segundo.

Um árbitro ou um auxiliar, tem esse tempo, ou menos, para marcar uma falta, um impedimento, um pênalti, ou deixar uma jogada prosseguir.

Um segundo ou menos!

Essa é uma atividade naturalmente sujeita a erros e com eles o futebol conviveu desde seu primeiro berço. Essa sanha pela perfeição é anti-futebol, acima de tudo.



E o clima nos blogs está tenebroso, ou melhor, continua.

Melhor descansar os dedos.


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