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terça-feira, setembro 04, 2007

Arbitragem: notas baixas na avaliação



(Matéria publicada hoje em O Estado de S.Paulo)


Juízes se complicam com as regras

Avaliação teórica feita pela CBF com 416 profissionais mostra que os índices de conhecimento são insuficientes

Martín Fernandez


Os árbitros brasileiros não conhecem suficientemente as regras do futebol. A constatação é da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que publicou em seu site os resultados de uma avaliação teórica feita com 416 árbitros e auxiliares.

Como conseqüência dessa realidade alarmante, a Comissão de Arbitragem afastou 36 deles (ou 8,6% do total), que tiraram notas abaixo de 5 na prova. Foram considerados 'reprovados para o restante das competições' e não trabalham mais em competições organizadas pela CBF em 2007 (Séries A, B e C).

Outros 60 juízes e bandeirinhas (14,4%), que tiraram notas entre 5 e 5,5, acabaram afastados dos sorteios. E só poderão voltar a trabalhar se conseguirem uma nota superior a 7 na próxima avaliação, a ser realizada na próxima semana.

Apenas um quarto dos árbitros e auxiliares (24,9%) conseguiu aprovação com notas entre 6 e 6,5, o que os permitirá seguir atuando normalmente. Mas também terão de conseguir pelo menos 7 na próxima avaliação.

Somente 45,1% do total, portanto menos da metade, tirou nota 7 ou acima. Ainda não estão computadas as notas dos Estados do Acre e do Amapá, que representam 7% do total .

A prova, realizada em agosto, continha 20 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta, sobre regras do esporte. O pior do levantamento é que as perguntas não eram nada complexas, coisas do tipo qual a distância entre a marca do pênalti e a linha de fundo, o tempo de intervalo de uma partida oficial e o que configura um impedimento. Nem assim a maioria dos juízes soube responder corretamente.

A apuração da CBF sai num momento em que muitos times questionam a qualidade dos árbitros e auxiliares do Campeonato Brasileiro. Quase não há equipe que não tenha se sentido prejudicada em algum momento da competição.

O presidente interino da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa da Silva, não foi localizado para comentar os resultados da avaliação. Seu celular estava desligado e os recados gravados pela reportagem não foram respondidos.

O ex-árbitro e hoje comentarista da TV Globo Arnaldo Cezar Coelho diz que a pesquisa comprova apenas o que já se sabia: 'O nível está muito baixo.'' Para Arnaldo, que apitou a final da Copa do Mundo de 1982, entre Itália e Alemanha, os atuais juízes e bandeirinhas não estão lendo o suficiente. 'Eu sei que a CBF e as federações imprimem muito livro, colocam muita coisa na internet, mas o pessoal não está lendo.'

O gaúcho Renato Marsiglia, também ex-árbitro e hoje comentarista, afirma que as falhas estão na base. 'O árbitro é mal formado nas federações estaduais. A situação é preocupante', comenta. 'Os bons árbitros estão concentrados em poucos lugares, justamente onde o futebol é melhor.'Mas, segundo o Estado apurou, a realidade não é bem essa. Os juízes e bandeirinhas de Santa Catarina, que está longe de ter um campeonato estadual forte, obtiveram a melhor média da prova da CBF: 8,87.

São Paulo aparece em segundo lugar, com 8,83. Goiás ficou com a terceira melhor nota, 8,73. Foram os únicos três estados com média superior a 8. Em seguida aparecem Minas Gerais (7,87) e Pernambuco (7,12).

Todos os demais estados tiveram nota abaixo de 6. O Rio de Janeiro aparece numa incômoda 18ª posição, com nota média de 6,13. O Mato Grosso do Sul está em último lugar, com 5,50, atrás de Amazonas (5,61), Bahia (5,63) e Mato Grosso (5,72).

'Falta muito estudo da regra', lamenta o coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF). 'O árbitro precisa estar com a regra e as recomendações na cabeça, para saber como atuar e não ser surpreendido na hora que o lance acontece.'


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3 Comments:

  • At 8:27 AM, Anonymous Anônimo said…

    Bom dia Emerson.
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    O interessante é que apesar dos árbitros aqui de SC conseguirem as melhores notas, a atuação deles no campeonato nacional fica na média (ruim) dos demais.
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    E são poucos os nomes aqui do estado que vejo no brasileirão. Quase sempre só dá o atrapalhado Juliano Bozzano, filho do ex-árbitro Dalmo Bozzano, aquele que não dava acréscimo nos jogos que apitava alegando que não ganhava hora extra prá fazer isso...

     
  • At 9:26 AM, Blogger Vinicius Grissi said…

    Deste jeito aonde vamos chegar?

    Realmente é vergonhosa a situação dos árbitros do país. Erram, mas erram sempre. Em todos os jogos e contra todos.

    Não existe complô, armação, nem má-fé. Existe ruindade. Das brabas!

     
  • At 6:44 PM, Anonymous Anônimo said…

    Boa noite!
    Este Juliano Bozano é um carrasco e vagabundo.Ele prejudicou o cruzeiro e muito no jogo de ontem diante do botafogo.Mas deixa ele continuar com está palhaçada.
    Vagabundo mesmo!!!!

     

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