Um Olhar Crônico Esportivo

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domingo, setembro 23, 2007

Paroquianos, uni-vos!


Calma, não se assustem os que não são muito ligados em religião ou professam outros credos que não o católico.

Por favor, avisem Sua Santidade que isto não é um chamamento às comunidades eclesiais de base, tampouco.

Nesse texto, vou falar sobre o mesmo de sempre: futebol.

Em suas recentes intervenções no Sportv e também em seu blog, o Paulo César Vasconcellos, ou simplesmente PC, doravante, para economizar calorias desse escriba, abordou esses recentes confrontos Argentina x Brasil sob um ângulo muito interessante: o da oportunidade de nossos times jogarem contra escolas diferentes de futebol, saindo da mesmice em que se transformou o nosso futebol (Blog do PCVasconcellos – clique e leia o texto, vale a pena).

A partir de algum tenebroso momento anos atrás, nossos grandes times pararam de viajar para fora de Latino América. A mexicana Monterrey foi o mais distante destino de um time tupiniquim. (Exceção feita a São Paulo e Internacional que foram para o Japão, mas isso é outra história.) O calendário não permite viagens. Se os convites aparecem, e eles sempre aparecem, a confederação ou a federação da paróquia proíbe. Somente os juvenis e juniores de nossos grandes times viajam pelo mundo. O destino dos “times de cima” é o quintal de casa. E olhe lá.

Em dezembro nossos jogadores entram em férias. Se alguém vencer a Libertadores, danou-se. Sim, porque a rapaziada volta a pegar no batente lá pelos dias 3, 4 ou 5 de janeiro, e já no dia 10 ou 11, ou até no dia 8, já tem jogo válido, jogo oficial, jogo de campeonato que tem que ser jogado: o Estadual. Sem pré-temporada, sem preparação física adequada, sem tempo para treinar e começar a montar novas formações, nossos times são jogados às arenas da vida, tendo que correr atrás de 3 pontos quando deveriam estar fazendo exames médicos, isso sim.

Os estaduais terminam num domingo. E no sábado seguinte tem início o Campeonato Brasileiro. Sem falar na Copa do Brasil e, claro, na Copa Libertadores, jogada simultaneamente com os estaduais, arrebentando com os times que têm viagens para o México, Colômbia, Venezuela ou Peru. Quando o Brasileiro termina, no dia seguinte começam as férias. E o ciclo recomeça e se realimenta. Para ajudar mais um pouco, em agosto abre-se e fecha-se a janela de verão para contratações dos clubes europeus. De repente, o time dorme completo e encaixado e acorda dilapidado e desencaixado.

Ano após ano tudo isso se repete. Pela televisão, vemos Barcelona, Real Madrid, Manchester, Milan, e outros mais, em disputas de amistosos de verão, quase sempre com presenças ilustres da Argentina. Vemo-los, também, pelas telinhas. Isso é tudo que vemos desses times. Mas fartamo-nos todos de ver grandes clássicos regionais, além dos grandes jogos contra os Xiriricas da Serra do norte, sul, leste, oeste.

A gente vê com os zóio e lambe com a testa.

Sem dúvida é muito bom jogar contra outras escolas, outros jeitos de tocar la pelota. Não há evolução sem intercâmbio de genes, produtos, idéias, mercadorias diversas.

Tudo que resta às nossas grandes equipes é jogar os estaduais sem tugir nem mugir.

Muito triste. Para quebrar esse encantamento, só com união dos envolvidos e peitar a CBF.


Paroquianos de todas as cores e credos, uni-vos!

Delenda est CBF!



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