Um Olhar Crônico Esportivo

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domingo, março 16, 2008

Dois jogos...

Dois resultados...

Um só placar final:


Palmeiras 4 x 1 São Paulo

Num campo sem condições de jogo devido ao acúmulo de água empoçada, Palmeiras e São Paulo fizeram um jogo equilibrado durante todo o 1º tempo. Aos 38’ Adriano marcou de cabeça, em boa cobrança de escanteio de Jorge Wagner. Aos 43’, Kleber passeou na entrada da grande área são-paulina sem combate direto e, de frente para o gol, chutou no canto, sem chance de defesa para Rogério que ainda tocou deu um toque de “ponta de dedos”.

O Palmeiras trocou Wendell por Martinez no intervalo e com essa alteração passou a jogar mais avançado, matando a saída de bola do São Paulo. Aos 10’, Muricy talvez tenha errado, tirando Carlos Alberto para a entrada de Joilson, praticamente decidindo o jogo nessa alteração.

Digo que talvez tenha errado porque uma coisa é ver o jogo pela televisão, outra é ver da arquibancada e outra, totalmente diferente, é ver o jogo de dentro, ainda que na beirada do gramado. Digo talvez porque Carlos Alberto, pela imagem da tv, pareceu surpreso com sua saída, denotando que estava bem fisicamente, apesar do campo pesado ser totalmente desaconselhável para ele nesse momento. Provavelmente, Muricy pensou em colocar um jogador em melhor condição física que Carlos Alberto para melhorar a performance do meio-campo, naquele momento totalmente dominado por Martinez, Léo Lima, Diego Souza e Valdívia, que, para surpresa que acredito geral, marcou com muita competência, quebrando ainda mais a resistência tricolor.

Ainda assim o jogo seguiu parelho e Marcos foi ameaçado, assim como Rogério.

Esse jogo, porém, terminou aos 28’26”, quando Junior cometeu pênalti sobre Valdívia.

O novo jogo começou aos 31’35” com Denílson cobrando, marcando e comemorando muito.

Continuou aos 34’ com pênalti e expulsão de Juninho.

Na cobrança, Diego Souza ampliou e sepultou qualquer reação do São Paulo.

Terminou aos 45’55” com pênalti de Richarlyson, cobrado por Valdívia.

O São Paulo descontrolou-se com o gol da virada do Palmeiras. O resto é conseqüência. Sem Carlos Alberto, o time não teve toque de bola no meio-campo, que já estava perdido mesmo com ele. Os jogadores palmeirenses adaptaram-se muito melhor ao estado do gramado e voltaram a sufocar o São Paulo, como no início do “primeiro” jogo.

Sem Miranda, sem Alex Silva e sem Breno, a defesa do São Paulo não existe.

A saída de Souza deixou um buraco não preenchido na direita, nem por Zé Luiz, muito menos por Joilson.

Hernanes e Richarlyson aparentemente pararam de jogar. A primeira convocação deve ter sido mera coincidência.

Adriano foi bem novamente, e merecia ter marcado um golaço que terminou em grande defesa de Marcos.

A rigor, o problema do São Paulo, paradoxalmente, é a defesa. Eis aí uma coisa que nem mesmo o mais pessimista dos são-paulinos poderia acreditar. Para felicidade geral da torcida e de Muricy, Alex Silva renovou seu contrato e deve voltar em mais 40 ou 45 dias. É a esperança que resta.

E o Palmeiras cresce de jogo para jogo. Kleber entrou muito bem na equipe, Diego Souza vem se firmando, Léo Lima é a grande surpresa para seus inúmeros críticos e o Mago Valdívia segue dando as cartas.

Nada a falar do árbitro, que foi bem, embora não tenha visto cotovelada feia de Kleber em André Dias.

Aos 10’ do 1º tempo anulou um gol de Borges por impedimento assinalado pela bandeira erroneamente. Mas o erro é perceptível no “photochart”, logo, não se pode criticar a marcação. Apesar de jovem – 28 anos, mais novo que os dois capitães, Marcos e Rogério –, Flávio Guerra saiu-se bem e foi calmo o jogo inteiro, apesar de algumas situações de tensão.

E marcou três pênaltis contra um mesmo time, algo raro de se ver, mesmo quando, como hoje, os pênaltis existem.

Derrotas doem, mas devem servir como aprendizado.

Vitórias são bálsamos com poder curativo ou estimulante – como foi a de hoje, com toda certeza.

E foi assim que, onze anos depois, o Palmeiras voltou a ganhar do São Paulo em jogos pelo Campeonato Paulista.



Doces vinganças

Kleber saiu do São Paulo contra a vontade. Queria ficar, chorou porque não queria sair, mas o clube precisava do dinheiro de sua negociação. Cinco anos depois, maduro, volta ao Brasil e para o Palmeiras. Seu gol, empatando o jogo, abriu o caminho para a virada e depois ainda sofreu um dos pênaltis.

Denílson, como Kleber, foi formado no São Paulo, onde viveu muitos anos até ser vendido para o Betis. Em todas as férias e folgas ficava no REFFIS e no CT, como se ainda fosse “de casa”. Da última vez levou jovens jogadores para as baladas noturnas, desagradando à diretoria, que vetou seu retorno ao CT e ao REFFIS. Enraivecido, como disse aos amigos, encontrou abrigo no CT do Palmeiras, onde passou a treinar até ser contratado nesse ano, para espanto até da torcida alviverde. Recém-entrado em campo, pediu para cobrar o primeiro pênalti, fazendo o gol da virada e comemorando-o intensamente.

Duas vinganças realizadas.

Coisas da vida e do futebol.


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5 Comments:

  • At 2:50 PM, Anonymous Anônimo said…

    A manifestação de ódio do Denilson não deveria passar em branco. O SFPC deveria retirar qualquer menção a ele de nosso memorial, a começar pelo painel dos ídolos, na sala dos troféus mais importantes (Brasileiros e torneiros internacionais oficiais). Não se cospe no prato em que se comeu.

     
  • At 4:01 PM, Anonymous Anônimo said…

    Emerson, a referida "manifestação de ódio" do Denilson foi a comemoração do gol, ou ele fez mais alguma coisa?
    .
    Eu não vi nada.
    E se não fossem os comentários lidos, não pensaria em ódio vendo a comemoração dele.
    .
    Também não concordo com o comentário do Webão.
    Se ele está no memorial, no painel de ídolos e sala de troféus, deve ser por mérito, e não por favor.
    Então, não é pelo fato dele estar hoje em outro clube e comemorar um gol, que tudo que fez pelo clube anterior deve ser renegado.
    .
    Concordo com o que você escreveu sobre a arbitragem.
    Noto que há muitas inversão de valores quando analisam o desempenho dos árbitros.
    As pessoas questionam quem cumpre as regras, invocando quem não cumpre. No caso específico dos penaltis, invocando a grande maioria que não cumpre.
    Abraço
    GIGI

     
  • At 6:10 PM, Blogger Odair Porcolino said…

    Emerson.
    Você e a Gigi é de um bom senso a toda prova. Parabéns.
    .
    Concordo com você. Não acho que o Palmeiras mereceu o placar. Talvez o resultado, pelas falhas cometidas pela defesa são-paulina.
    .
    Também concordo que o Ernanes caiu de produção e o Richarlysson muito mais.
    .
    O São Paulo depende bastante do que joga o Jorge Wagner, assim como o Palmeiras depende demais de Valdivia.
    .
    Emerson estive ontem (domingo) na casa do meu cunhado que mora aí na Fazendinha, mas esse é um assunto que quero comentar num E-Mail que prometo que estarei passando pra você.
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    Um abraço verde-esperança pra você.
    Odair Porcolino.

     
  • At 8:55 PM, Blogger DERLY. said…

    caro emerson baixada a poeira resolvi
    fazer um comentário sobre o clássico:
    jogo igual até o segundo gol do ver
    dão,a partir dai o são paulo se abriu
    como era de se esperar,dando abertu
    ras para o palmeiras que foi eficien
    te demais,ótimas atuações de adriano
    e pelo palmeiras marcos e os dois za
    gueiros,não acredito em crise no tri
    color pois é um time estruturado e
    sua prioridade é a libertas,um abra
    ço e tudo de bom.

     
  • At 10:54 AM, Blogger Emerson said…

    Webão, acho que o Denilson extrapolou por estar bronqueado com a direção atual(que agiu corretamente ao impedi-lo de usar o REFFIS - sem necessidade - e o CT). Por outro lado, uma instituição como o São Paulo e outros grandes clubes, não pode responder dessa forma, seria cair ao mesmo nível de quem ofendeu-a. O cara faz parte da história do clube, é melhor deixar assim mesmo. Mais dia, menos dia, ele vai perceber que fez uma besteira. Não por comemorar, mas pelos excessos.

    Gigi, ele provocou os jogadores, o que foi muito chato, pois no CT ele sempre foi um "reizinho", querido por todos, bem recebido e, daí a bronca da diretoria, abusando dessa liberdade. A entrada do Adriano sobre ele no final foi bastante sintomática.

    Odair "Sumido" Porcolino, o Palmeiras mereceu vencer.
    Merece quem marca mais gols.
    Outra coisa é dizer que o placar não refletiu a realidade, com isso eu concordo. Mas foi um jogo, mais um, para a história.
    :o)
    E o Luxa e o time não estão me surpreendendo, assim como o Santos de Leão. Dê tempo e os caras mostram serviço.

    Heheheehehehe...

    Ronaldo, nem digo que o SP se abriu, e sim que seus defensores foram acometidos de um surto repentino de "diarréia mental". Talvez o Palmeiras tenha colocado alguma coisa na água do SP no intervalo técnico do segundo tempo.
    Hahahahahahaha...

    Odair, manda o e-mail.

     

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