Um Olhar Crônico Esportivo

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segunda-feira, maio 19, 2008

Rio de Janeiro, Mississipi e arbitragem

Diga em voz alta:

Um Mississipi.

Diga novamente, sem titubear ou pensar.

Meio chato, né?

Então, diga em voz alta, ou melhor, no volume normal de conversa:

Rio de Janeiro

Repita, por favor...

Pronto. Um Mississipi e Rio de Janeiro têm, milésimos a mais, milésimos a menos, a duração de um segundo.

Um segundo ou 1 segundo.

Diga de novo, qualquer das duas.

Agora, pegue uma fita ou um dvc ou um jogo no televisor...

Opa, foi falta!

Volte a fita ou o dvd até um pouco antes do lance em questão.

No momento X do lance, diga Rio de Janeiro.

Demorou, não demorou?

Você acaba de descobrir que o árbitro tem apenas e tão somente uma fração de segundo, talvez um décimo, talvez dois décimos, para processar o lance todo em sua mente e apitar. Porque se ele não apitar em menos de meio segundo – a metade do tempo que você gasta para falar Rio de Janeiro – ele já complicou e se complicou. Situação similar ocorre com o bandeira, naturalmente.

Vamos lá, você já está craque, espere o próximo lance e diga Rio de Janeiro e imagine-se no campo apitando a falta no final dessa eternidade de um segundo.

É assim que é, o árbitro vê alguma coisa e age. Quanto mais novo, mais ele hesitará e mais ele errará. Quanto mais experiente, mais seguro ele estará do que enxerga e apitará. Mesmo assim, ele errará. Mas também acertará, é claro, na maioria das vezes.

Árbitro não pensa, apita.

Ou não, como diria o amigo Ricardo CRF citando Caetano Veloso.


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