Um Olhar Crônico Esportivo

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sábado, junho 21, 2008

Imperador do Morumbi


Fim de sonho.


Hoje, antes de começar o jogo contra o Sport, Adriano despediu-se do São Paulo.



Sentirei sua falta, aliás, já sinto.

Não pelos gols, que Borges & Cia. vêm marcando direitinho.

Mas porque Adriano é uma estrela mundial e, infelizmente, estrelas mundiais não jogam mais em times brasileiros.

Globalização...

Economia...

Poder econômico...

Organização...

São muitos os motivos, mas o maior, podemos até chamar único tão grande é sua força, é o dinheiro mesmo.

Vejamos o caso de Adriano, por exemplo.

Seu salário anual na Internazionale é de 5 milhões de euros.

Isso, trocando em miúdos, dá pouco mais de 400.000 euros por mês.

Trocando em mais miúdos, dá pouco mais de 1 milhão de reais por mês.

Quase treze milhões de reais por ano.

Isso é pouco menos que o valor pago ao São Paulo pela LG pelo patrocínio da camisa tricolor.

Adriano não foi o melhor centroavante que eu vi jogar com a camisa do São Paulo.

Serginho, Careca e Toninho Guerreiro são minhas referências.

Nem coloco Luiz Fabiano e Amoroso nessa lista, por exemplo.

Assim como não coloco o Imperador.

Mas ele foi o jogador que mais chamou a atenção e também o jogador que nos fez sonhar com o dia em que poderemos ver jogadores como ele disputando o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.

Por apenas sessenta segundos não passamos para a semifinal da Libertadores e não contamos uma história diferente, que talvez ainda não tivesse terminado.

Uma pena...

Adriano veio para o São Paulo para se recuperar física e, principalmente, psicologicamente. O clube foi importante para ele, assim como ele também foi importante para o São Paulo.

A imagem do clube foi projetada no exterior como nunca antes fora das grandes conquistas. Durante alguns meses foi muito comum encontrar a foto do Imperador em jornais e revistas, vestindo a camisa 10 do São Paulo. E, naturalmente, estampando as marcas dos patrocinadores. Esse foi um ponto extremamente positivo. Assim como também foi positivo o aumento do conhecimento e do respeito pelo São Paulo entre os grandes clubes europeus. Esse é um detalhe que poucas vezes a imprensa aborda e raramente o torcedor percebe, mas para o clube foi muito importante.

Enquanto Adriano vai, Kaká permanece em recuperação no REFFIS.

O valor disso está no reconhecimento de que o São Paulo, e por extensão o Brasil, tem futebol, mas também tem clubes muito bem estruturados, é a prova que aqui não é uma terra tal como é vista nas tevês dos lares europeus, com assassinatos, índios, desordeiros invadindo e queimando fazendas, mulheres bonitas que cruzam o mar para “trabalhar” na Europa na “mais antiga das profissões”.

Gosto do destaque que Adriano e Kaká recebem por estar aqui, pois repercute sobre o torcedor comum e contribui para mudar sua imagem de Brasil.


Bom, já falei demais, é bom parar antes de ficar emotivo.


Ele disse, chorando, que um dia voltará.

Quem sabe...

:o)

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1 Comments:

  • At 3:25 AM, Anonymous Anônimo said…

    Ingenuidade acreditar em choro de jogador de futebol. Os tempos são outros...

     

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