Um Olhar Crônico Esportivo

Um espaço para textos e comentários sobre esportes.

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sábado, outubro 18, 2008

Nasce – mal – a 4ª Divisão




É...


Vamos por partes.



A CBF está fazendo tudo errado, a começar da criação de uma nova e extremamente necessária divisão, a D, de cima para baixo, sem acertar uma nova formatação de todo o futebol tupiniquim.


Uma 4ª divisão é fundamental para ampliar e não restringir o número de clubes. Essa divisão, tal como as demais, deve ter o maior número de jogos que for possível pelo maior tempo possível, com um objetivo básico, primário, fundamental: manter os clubes em atividade por um ano e não por quatro, cinco, seis ou até sete fantásticos meses, para os mais sortudos. Por isso mesmo, formato de copa, ou seja, mata-mata, é absolutamente não recomendável.


Ao mesmo tempo, porém, clubes de uma quarta divisão, e até mesmo da terceira, a C, precisam disputar jogos de forma regionalizada. É impossível o Rio Branco viajar rotineiramente de Rio Branco para Pelotas, por exemplo.

O custo de tal deslocamento é simplesmente absurdo, impagável, qualquer que seja o esquema de patrocínio. Portanto, os jogos precisam ser regionalizados pelo maior tempo possível, digamos, ao longo de oito ou nove meses, vindo, em seguida, uma fase de definição envolvendo os classificados em número a ser definido.


Exemplo de possível regionalização:


Sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná Sul e Oeste


Sudeste Sul – Paraná Norte, São Paulo Leste, Centro e Sul,

Minas Gerais Sul


Sudeste Oeste – São Paulo Norte e Oeste, Mato Grosso do Sul, Triângulo


Sudeste Leste – Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais Leste e Centro


Nordeste Sul – Bahia, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais Norte (eventualmente)


Nordeste Leste e Norte – Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará


Nordeste Norte – Piauí, Maranhão, Pará Leste e Norte, Amapá


Amazônica – Roraima, Amazonas, Pará Oeste, Acre


Centro Norte – Pará Sul, Tocantins, Maranhão Sul, Goiás Norte


Centro Sul – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás Sul, Rondônia


A formatação ideal teria que nascer de reuniões entre os participantes e membros da CBF e outras entidades com interesses nos campeonatos. Naturalmente, facilidades de deslocamento, rivalidades regionais, número de clubes e outros fatores determinariam melhor as divisões geográficas.


Um ponto óbvio: um Nacional com essas características eliminaria a necessidade dos Estaduais ou, para manter as tradições e ocupar o restante do ano, permitiria a continuidade dos mesmos, mas drasticamente reduzidos em sua duração. Ao mesmo tempo, um campeonato nesses moldes teria que estar associado a uma Série C, a 3ª divisão, maior do que é hoje e igualmente regionalizada, embora numa escala menor que a anterior, digamos em quatro grandes regiões.


Da mesma forma, essa Série C também precisaria de jogos no decorrer do maior tempo possível, garantindo a sobrevivência dos clubes e dos atletas. No final, até pela regionalização, haveria necessidade de uma fase final, envolvendo o mesmo número de clubes de hoje, dois por região, totalizando oito.

Manter os estaduais como estão hoje nada acrescenta ao futebol brasileiro, pelo contrário, até, pois os grandes clubes são prejudicados e há muitos anos não jogam fora do Brasil, exceto pelas participações nas Copas Libertadores e Sul Americana e, claro, o Mundial no Japão.


Hoje os clubes brasileiros são clubes paroquiais, mal e mal vão jogar além do bairro vizinho.





A “mexida” da CBF



Sem nada alterar no quadro do futebol brasileiro, a Confederação resolveu criar uma nova divisão, tirando como que da cartola – sem trocadilhos. Como está muito em linha com o que eu penso, transcrevo nota do Marcelo Damato, publicada no Além do Jogo:


Administração mandrake

17th Outubro 2008


Mandrake foi um herói em quadrinhos cuja principal arma era hipnotizar os outros e fazê-los acreditar nas coisas mais impossíveis.

Inspirada nele, a CBF vai criar uma nova divisão do Campeonato Brasileiro em 2009, a Série D.

Isso é uma evolução, certo? Errado. Por qualquer critério que se olhe, é um passo atrás

1) Motivação: colocar um degrau a mais só desmotiva os clubes pequenos, que terão de começar ainda mais de baixo

2) Número de clubes, importante porque define quantos clubes estarão em atividade: eram 64 na aniga Série C. Em 2009, serão 20 na C e 40 na D. São quatro clubes a menos

3) Número de jogos, importante porque mostra o nível de atividade do futebol. Mais jogos significa mais público, mais envolvimento, mais empregos. Parecia impossível, mas a CBF conseguiu. Em 2009 haverá menos jogos nas Séries C e D do que está tendo na Série C deste ano.
Veja a conta

Série C 2008: Primeira fase tem 16 grupos de quatro times, logo, 192 jogos. 32 times passaram à segunda fase, em oito grupos de quatro. Mais 96. Na terceira fase, houve quatro grupos desses - some mais 48. Por fim, há um octogonal final, com 56 partidas. Total: 392.

Série C 2009 - dois grupos de 10, 180 jogos. E logo vem mata-mata, a partir das quartas-de-final, mais 14 partidas. Subtotal 194.

Série D 2009 - Oito grupos de 5, ou 160 jogos. Depois vem mata-mata a partir das quartas-de-final, mais 30 partidas. Subtotal. 190.
Total de 2009: 384, oito jogos a menos do que neste ano.

4) Uso do dinheiro da CBF - quanto mais dinheiro puser dos mais de 100 milhões que fatura por ano, mais dinheiro entra nos clubes. Pois a CBF não vai mais dar ajuda à Série C, apenas à D, que é menos do que a metade da Série C deste ano.

E a CBF não vai estalar os dedos.”


Bom, pensando bem, pouco adiantaria mexer com mais profundidade e propriedade sem uma boa alteração no restante do quadro, incluindo a adequação do calendário brasileiro ao calendário europeu.


Para a grande maioria dos clubes de futebol profissional do Brasil, a profissionalização ainda é um mito. Com vida média de 5 meses por ano, nada pode ser profissional.


Será que algum dia mexeremos nisso?


Se depender da confederação eu duvido, pois, como disse o Damato, nem os dedos ela estala.



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Direções...




Parte I – Uma vista geral



No Brasil temos cartolas, muitos, e dirigentes de futebol, poucos.


Não perderei tempo com os primeiros, nem vale a pena. Geralmente, aliás, não perco tempo com eles, prefiro gastar meus dedos no teclado falando de dirigentes. Curiosamente, para espanto de muitos rubro-negros até, costumo relacionar Marcio Braga entre os dirigentes e não entre os cartolas, embora frequentemente eu o critique e outras tantas nem é preciso criticá-lo, pois a própria torcida se encarrega de descer o sarrafo em algumas de suas ações. Como cantar vitória antes do tempo. Já, já volto a esse tema. Hoje, no Rio de Janeiro, felizmente, os 4 clubes têm dirigentes à frente de suas administrações, embora mantenha meu pé muito atrás com o Dr. Horcades, com quem fiquei profundamente decepcionado nos últimos meses. Roberto está em fase de treinamento, digamos que seja um trainnee de dirigente, mas acredito nele. E Bebeto fez uma gestão brilhante no Botafogo, embora tenha se unido a companhias não muito agradáveis, mas isso é explicado pelas necessidades da política, que costuma ter razões que a própria razão desconhece.



No Sul, os dois grandes vêm sendo bem administrados, com alguns senões, já não é de hoje, sem novidade. No Nordeste, gosto do trabalho feito pelos dirigentes do Sport, que foi sério e sólido, sem nhenhenhém com politicalha, focando a ação no clube e no time. Resultado: uma Copa do Brasil conquistada com brilhantismo e a participação na Libertadores 2009, ao lado de uma boa participação no Brasileiro. No Centro-Oeste o Goiás é a prova inconteste do que pode fazer um trabalho sério, dedicado ao clube.



No Paraná, o Coritiba aprumou-se. Não por coincidência, depois de uma administração bem realizada. O CAP continua a ser um dos clubes mais modernos e inovativos em nosso futebol, e já citei aqui algumas ações e idéias muito boas desse clube. De outras, como a história de querer receber pela transmissão das emissoras de rádio, até discordei, mas o registro foi feito. Paradoxalmente, tem a dirigi-lo um cartola de péssima lavra. É a exceção que confirma a regra. Em Minas Gerais... Bom, os Perrela administram bem o Cruzeiro, aparentemente, e mais não digo. Preocupa, do outro lado, a situação do Galo, combalido e lutando para fechar seu centenário ao menos sem vexame. Seu presidente renunciou. Isso pode dizer muito ou nada. Para mim, disse e diz muito.


Na Bahia, enquanto o Vitória segue firme de volta à elite do futebol, o Bahia é assassinado por cartolas da pior espécie.

O clube não morre, a exemplo de outros, porque o torcedor tem paixão por ele e o mantém vivo.


Dirigentes e cartolas...



Por aqui, nessa Paulicéia que já foi desvairada e hoje é só neurótica e estressada, vejo o Palmeiras em situação confusa. Sua direção alça largos vôos, promete e tenta grandes feitos, mas em momento algum me convence da solidez necessária por trás de tudo isso. O Santos, que aprendi a admirar e já nasci (para o futebol) temendo, derrapa ano após ano na esteira de uma administração familiar. Pouca coisa há de pior que isso, lamentavelmente. Pelo Interior do Estado e na Grande São Paulo, vários clubes despontam com razoável sucesso graças a boas administrações. Quem está de fora logo grita “dinheiro público!”, mas quem acompanha mais de perto sabe que isso explica pouco e às vezes nada, porque o dinheiro público chega a ser inexistente ou limita-se ao fornecimento de um estádio. Curiosamente, não se tem notícia de nenhum munícipe reclamando dessas supostas ou verdadeiras injeções de dinheiro público.


Sem dúvida, isto é no mínimo algo a se pensar, não?


Deixo para o final o Corinthians e o São Paulo.


O primeiro renasce, a bem dizer, depois da fatídica gestão Dualib. Sim, fatídica, apesar dos títulos conquistados, pois eles em nada contribuíram para dar solidez e sustentabilidade ao clube. As parcerias todas funcionaram como truques, passes de mágica, ilusões de ótica que tiraram o foco da realidade e transferiram-no para os sonhos proporcionados por títulos. A gestão Sanches vem trabalhando no sentido de viabilizar – pasmem! – e dar condições de crescimento para o clube. Várias vezes este Olhar Crônico Esportivo falou dessa gestão, geralmente de forma positiva. Sanches tem ao seu lado um administrador altamente capacitado, com histórico brilhante de mercado e gestão pública, seu vice-presidente de marketing, Luiz Paulo Rosemberg.


O São Paulo continua indo bem, obrigado, apesar da falta do meia. Há muitos anos o clube é apontado como exemplo em administração. É mesmo, e isso apesar de erros, até porque ninguém está livre de cometê-los.



Ontem, uma tarde relativamente tranqüila, só interrompida por telefonemas de clientes, permitiu-me assistir a um dos melhores Arena Sportv do ano, graças à presença do presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio, e do vice-presidente corintiano, o cérebro marketeiro e administrativo, Luiz Paulo Rosemberg.


Sobre a participação de ambos no programa falarei logo mais, em outro post.



Esse rápido passeio de norte a sul, que serve como uma introdução, mostrou, na minha visão, que há uma melhoria, uma evolução no trabalho diretivo em muitos clubes brasileiros. É pouco, ainda, e a necessidade de melhoria é gigantesca, mas há bons sinais no horizonte que isso vem ocorrendo.


Por trás dessa evolução eu enxergo a realidade dos campeonatos por pontos corridos e a ausência das famosas e tradicionais viradas de mesa, entre elas, porque não deixavam de ser isso, as constantes alterações nas fórmulas de disputa do nosso principal campeonato, sempre buscando acomodar um e outro, sempre tentando corrigir na caneta federativa a incompetência, ou coisa pior, de dirigentes de clubes.


Contribuiu para isso, mais que uma suposta seriedade confederativa, a implantação de um conjunto de normas e regras dentro do Estatuto do Torcedor que ganhou a forma e a força de lei. Não se trata, portanto, de uma evolução natural, e sim de uma evolução ditada por fatores externos, mas, bem ou mal, é uma evolução e está em andamento.


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quinta-feira, outubro 16, 2008

O Barça na terra do soccer





O FC Barcelona anunciou que é candidato a entrar no mercado americano de futebol em 2010, em evento que teve lugar ontem à noite, em Miami.


“Este es un día muy importante para el Barça. Llevábamos años intentando penetrar en el mercado americano” – assim o Joan Laporta, presidente do clube blaugrano referiu-se em entrevista coletiva sobre os planos para disputar a MLS – Major League Soccer.


A MLS está em fase de expansão, e em 2009 deverá contar com dois novos membros: o Seattle Sounders (ver post a respeito em 12/6/2008) e o time da canadense Montreal, que fará companhia ao também canadense Toronto. Prevê-se, também, a entrada de uma equipe de Filadélfia, já na temporada 2009. No planejamento da MLS outras duas franquias entrarão em 2010 quando, então, aprovado o projeto blaugrano, Miami voltaria ao cenário do futebol americano, onde esteve por somente três anos com o Miami Fusion, que perdeu a franquia por problemas administrativos e financeiros.


Para essa empreitada o Barcelona associou-se ao boliviano Marcelo Claure, proprietário do CD Bolívar, que já mantém parceria com o clube blaugrano.


Claure liderará um consórcio de investidores latino-americanos que darão suporte financeiro ao Barça americano. A respeito do investidor boliviano, Laporta disse: “Esta persona nos da garantías que este proyecto será un éxito, es el socio perfecto, porque entiende la filosofía futbolística y el modelo de gestión propia del Barça”.


Sobre o porque de Miami, o presidente azulgrano disse que “Miami es la puerta de las ilusiones y las esperanzas, es la puerta de EEUU. Es una ciudad con mucha vitalidad”.


Disse mais Laporta: o Barça em Miami será mais que um clube de futebol, tal como em Barcelona, e desenvolverá trabalhos que irão além do terreno esportivo, voltados para as camadas mais pobres da população, contando, para isso, com o apoio da Fundación FC Barcelona.


O evento foi realizado em Miami, mas toda a apresentação oficial e entrega dos documentos, deu-se na sede da MLS, em Nova York, na tarde de ontem.


Se aprovada sua candidatura, o Barça será o primeiro clube europeu a atuar diretamente nos Estados Unidos.



Globalização...

Já ouviram falar dela?

Pois é.


Alguém duvida que essa candidatura será aprovada?



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terça-feira, outubro 14, 2008

Falsa e gostosa euforia




“Eu aprendi que a alegria

de quem está apaixonado

é como a falsa euforia

de um gol anulado.”


Gol Anulado – João Bosco e Aldir Blanc



Outro dia no Ipatingão, o quarto árbitro viu-se numa complicação, pois não tinha placa com o número 44 do zagueiro Rodrigo, que deixava o campo contundido. As placas para mostrar ao público quem entra e quem sai só iam até o número 18.


Algumas bolsas de valores ao redor do mundo não chegaram a ter esse problema, mesmo porque usaram para mostrar seus percentuais de aumento num dia as mesmas telas que usam para mostrar as fantásticas e gigantescas quantias que nelas são negociadas. Aliás, mostraram os aumentos nas mesmas telas que mostraram os brutais índices de queda dos últimos dias.


Podemos chamar a isso de um efeito gangorra, com os índices, completamente malucos, subindo e descendo ao sabor de discursos e penadas. Qualquer medida, por mais inócua que venha a se mostrar no dia seguinte, é o bastante para alegrar investidores e especuladores e todos os operadores financeiros no mundo inteiro. Qualquer suspiro, qualquer espirro e pronto, lá despencam as bolsas novamente. Tal como crianças num parquinho, quem está no alto sorri e sente-se dono do mundo. Já a expressão de quem está embaixo é de puro terror. Os mercados e as crianças parecem ter muito em comum, principalmente uma certa crueldade ou ausência de sentimentos, que levam um e outras a causar dores em quem os ama ou com eles convive.


Bosco e Blanc descreveram com perfeição esse sentimento que vai da extrema alegria à extrema tristeza: é a falsa euforia de um gol anulado.


Tudo isso sinaliza um 2009 que já começa a assustar.




O Circo está assustado



Lívio Oricchio, jornalista do Estadão que cobre a Formula 1, e é, na minha opinião, quem melhor o faz ao lado de Reginaldo Leme, assina uma matéria hoje, direto de Fuji, dando ciência a nós, meros mortais, que o Circo estuda meios para reduzir os custos operacionais já a partir de 2009.


O mercado já sinalizou que muitas escuderias, talvez todas, virão a ter problemas para receber o que estão acostumadas. Ninguém escapará a isso, nem mesmo a Ferrari. Não é de espantar, é bom que se diga, quando sabe-se que o desenvolvimento de um novo motor consome a bagatela de 80 milhões de dólares todo ano.


Dinheiro demais, muito além do razoável.


Começaremos a ter novidades no próximo dia 19, quando os dirigentes das escuderias reunir-se-ão com Max Mosley – aquele das fantasias nazistas – em Londres, em busca de medidas que reduzam os custos das equipes.


Stefano Domenicali, diretor-esportivo da Ferrari, disse que uma das saídas é uma maior estandarização de componentes, uma forma de reduzir os custos sem comprometer o espetáculo do Circo.


Mosley soltou um balão de ensaio: todos os carros correrem com o mesmo motor. Bernie Ecclestone gostou da idéia, assim como Flavio Briatore, que aproveita para reclamar que o desenvolvimento do motor consome metade de toda a verba de seu time, dizendo, ainda, que ao torcedor pouco importa se o carro é movido por um motor x ou y.


Apimentando um pouco mais o tititi de Fuji, comenta-se que há patrocinadores correndo riscos de quebra.




E o futebol?



Ora, o futebol não ficará imune a tudo isso.

Além dos sinais já emitidos e comentados neste Olhar Crônico Esportivo, notícias d’Espanha dão conta que 3.000 pessoas estão perdendo seus empregos nos últimos dias, em média.

Sinais, sintomas, exemplos, manifestações que mostram o crescimento de uma provável onda recessiva. Isso, por sinal, é algo que não se discute mais. A questão que se coloca agora para os dirigentes – chega de economistas e financistas – dos maiores países do mundo é como evitar uma depressão econômica.


Ok, mas, novamente a pergunta: e o futebol com tudo isso?


Acredito que o primeiro impacto será nas receitas dos clubes europeus. Inevitavelmente, o faturamento com licensing, bilheterias e marketing sofrerão quedas. Provavelmente, somente as receitas da televisão conseguirão manter-se no mesmo nível atual.


A conseqüência imediata disso irá refletir-se nas contratações de jogadores locais e estrangeiros. Isso poderá acontecer de duas formas: uma grande redução na ponte-aérea de ida entre o Brasil e Europas: Ocidental, Oriental e agregados mais próximos.


Como as contratações não cessarão por um passe de mágica, as que acontecerem serão feitas com valores muito abaixo do que nos acostumamos a ver.


Então, isso quer dizer que nossos jogadores preferirão ficar por aqui?


Nem tanto, nem tanto.


Os salários lá de fora continuarão sendo pagos em dólares ou euros, com valores mais altos do que pagamos por aqui, na Terra de Vera Cruz. Em tese, o Brasil ficaria em melhores condições para manter seus atletas por aqui, mas essa tese não encontra onde se apoiar. Como não escaparemos do espectro da crise que Ronda o mundo, o jeito é aproveitar a fase e reformar tudo que for possível reclamar para melhorar o nível dos espetáculos.


Parece que nenhum clube brasileiro está com dívidas indexadas pelo dólar.


Que coisa mais curiosa. Todos apressaram-se em dizer que nada devem em dólares, já foi tudo acertado.


Veremos...



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segunda-feira, outubro 13, 2008

Por KASSAB. Contra o PT.






Curto e grosso, repito o título:

Por KASSAB. Contra o PT.

Há momentos na vida que tomar uma posição clara e inequívoca é fundamental.

Assim agi no início dos anos 70, adolescente ainda, ao começar a militar contra o regime militar. Era preciso tomar uma posição, assim pensava, e tomei a única que me pareceu correta, decente e, sobretudo necessária.

Em 1985, Tancredo eleito, cortei abruptamente minha militância política. Tinha dedicado a ela 14 dos melhores anos de minha vida.

PSDB formado, encontrei nesse partido um ideário e pessoas com os quais afinava.

Curiosamente, mesmo durante a militância no velho Partidão, ou talvez justamente por isso, nunca gostei de boa dos petistas e suas artimanhas. O comportamento purista e arrogante de quem sempre se achou dono da verdade, de quem sempre se achou superior aos demais mortais e partidos, nunca me agradou. Essas certezas e verdades absolutas são tão verdadeiras quanto uma nota de sete reais. Nem vou me alongar nesse nhenhenhém, pois todos conhecem as histórias incríveis de corrupção que envolvem esse partido e muitos de seus principais cabeças. Só de pensar no sucesso estrondoso do filho do presidente... Recolho-me à minha insignificância de pequeno e empobrecido empresário. Claro, pequeno e empobrecido porque faltou-me a genialidade e tino empresarial do jovem filho do presidente, ele próprio o genial guia condutor dos povos do Terceiro Mundo e outros mundos. O DNA é bom.

Pois bem, você deve estar se perguntando que bicho me mordeu para aparecer com esse texto tão carregado de irritação, de raiva, de asco – ops, asco é para daqui a pouco, estou colocando a ânsia de vômito na frente da indignação moral.



Uma manhã de domingo estragada

Ontem de manhã, estava indo e vindo entre o curral e a cozinha, dando umas olhadas no Globo Rural , quando peguei inteirinho um anúncio do PT - mas não assinado pelo PT, tinha umas letrinhas na assinatura... - contra o Kassab (minha Sky no sítio recebe imagens de São Paulo).

Ok, tudo normal, nada a objetar. Estamos em campanha de segundo turno e é normal, até, um candidato atacar o outro. Dentro de certos limites, é claro.

O comercial em questão é uma sucessão de perguntas, a maioria de uma cretinice a toda prova. Normal, também, partindo de quem partiu, uma vez que cretinice e petismo costumam andar juntinhos, quando um não é sinônimo do outro.
Nada de novo no front, portanto.

E assim foi até a última pergunta, que não era um exemplo de cretinice.

Era um exemplo de canalhice, baixeza, torpeza, um exemplo cristalino de preconceito, uma pergunta nojenta, bem de acordo com o caráter desse partidinho e seus dirigentes.

A pergunta:

"Kassab é casado?"

Uma pergunta com a clara intenção de denegrir a imagem de Gilberto Kassab. Cujo estado civil, aliás, não só ignoro como tampouco me interessa. Meu interesse está centrado em sua administração, que não é exemplar, nenhuma é, mas é excelente dentro das possibilidades que tem um prefeito dessa megalópole espoliada desde sempre, desamparada do poder federal, o mesmo que leva embora a maior parte do que a cidade gera.

Essa canalha, hoje no poder federal e em vários outros, gritou por anos e anos contra os preconceitos, todos eles.
E agora, como se fosse necessário, esses caras, essas figuras que se autodenominam impolutas e sei lá que mais, revelam sua verdadeira face.

O irônico, se assim se pode chamar, é que o preconceito aparece enrustido, calhorda, sem vergonha, justamente na campanha de Dona Marta Suplicy, a mesma que celebrizou-se por atitudes opostas e palavras opostas – todas falsas, vê-se agora. Aliás, seu único trabalho como parlamentar, a rigor, foi apresentar um projeto liberando o casamento civil entre parceiros do mesmo sexo.

O PT superou-se. Na canalhice.

Kassab ganhou no primeiro turno, surpreendendo petistas e a parcela burra e sem visão do PSDB.

Na abertura da campanha para o segundo turno, as pesquisas apontam para ele uma vantagem brutal.

Vai ganhar?

Sei lá, ainda mais com Lula, ou lulla da Silva, ao gosto de quem lê, apelando para os sacrossantos evangélicos em verdadeira cruzada contra Kassab.

Esse comercial nojento e preconceituoso dá bem o tom da campanha petista em prol de Dona Marta, também conhecida por Martaxa, e mais não falo.

Uma coisa é certa: eu estou em campanha por Gilberto Kassab.

Espero que o povo da minha cidade varra o lixo petista para longe, para bem longe de sua marca mais ou menos consolidada de um terço do eleitorado.

Aos leitores destes Olhar Crônico e Olhar Crônico Esportivo, não peço desculpas por nada do que escrevi, tampouco pelo tom. Como eu disse no início, há momentos na vida em que tomar uma posição clara, cristalina, inequívoca, é fundamental. Por isso, não peço desculpas, mas conto com a compreensão de vocês.



Em tempo: minha crítica tem como alvo claro as cúpulas petistas, e não só de agora. Na militância há muita gente boa. Algumas dessas pessoas são amigas de longa data.


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Dunga? Não, obrigado




Essa é, ou era, a posição do torcedor carioca duas semanas antes do jogo entre Brasil e Colômbia, no Maracanã, de acordo com pesquisa realizada pela TNS Sport do Brasil.


A pergunta feita a 738 pessoas no Estado do Rio entre 20 e 30 de setembro (473 na Região Metropolitana e 275 no interior do Estado), foi simples:


Na sua opinião, qual o técnico ideal para a seleção brasileira de futebol?


As respostas foram espontâneas


O percentual de cariocas que demonstrou preferência pela manutenção do atual treinador não chegou a 10%:



TÉCNICO

PREFERÊNCIA

LUXEMBURGO

31,03%

FELIPÃO

25,61%

DUNGA

9,89%

PARREIRA

4,88%

ZAGALLO

2,44%

JOEL SANTANA

2,03%

ZICO

2,03%

MURICY

1,63%

PELÉ

1,08%

CUCA

0,95%

NENHUM/NÃO SABE

11,92%



Para quem já esqueceu, ainda no mês passado a Seleção jogou no Rio de Janeiro, no estádio do Botafogo, o Engenhão, num jogo que, para esse blogueiro, apresentou dois pontos dignos de registro: o pequeno número de torcedores e o coro “Adeus, Dunga”.


Agora...


Bom, agora Kaká voltou e o Brasil goleou a Venezuela em sua casa.


E depois de amanhã terá a Colômbia pela frente.


Será que uma nova pesquisa vai apontar alguma coisa diferente?


O jogo do Maracanã dirá se Dunga passará as Festas tranqüilo e feliz, apreciando as novas camisas que ganhará de sua filha, ou...



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